Popularmente conhecida como esporão do calcâneo, a fascite plantar é a causa mais comum de dor no calcanhar. “Ocorre por um processo degenerativo da porção proximal da fáscia plantar, a estrutura anatômica fibrosa, que tem sua origem no osso do calcanhar e se estende até a frente do pé”, explica Marcelo Freire. O termo esporão do calcâneo é vulgarmente usado para se referir a essa enfermidade, já que cerca de 50% das pessoas com dor apresenta a imagem do esporão na radiografia do pé. “Antigamente, acreditava-se que o esporão poderia ser a causa da dor. Hoje, sabe-se que, em geral, ele não é a causa”, ressalta o especialista.
A degeneração da fáscia plantar, que leva ao quadro de fascite plantar, é multifatorial. “Entre os fatores predisponentes, destacam-se a prolongada permanência em pé, encurtamento da panturrilha, corredores, obesidade e alterações estruturais nos pés, com destaque para o pé plano ou cavo”, observa o doutor, apontando também os formatos dos ossos dos pés.
O tratamento da fascite plantar envolve medicação anti-inflamatória, correção de eventuais desvios de eixo dos pés com palmilhas, alongamento da fáscia plantar e da musculatura da panturrilha e perda de peso. O médico, que também é membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé), considera que medidas conservadoras devem ser tentadas por um período de seis a 10 meses, com bons resultados em cerca de 90%. “Nos casos refratários, podemos recorrer a infiltrações, órteses de uso noturno, terapia de onda de choque ou tratamento cirúrgico.”
A fascite não é a única inimiga do calcanhar. Outros quadros dolorosos também atacam a região, como a tendinite do Aquiles, fratura de estresse do calcâneo, compressão de nervos periféricos e distúrbios de cunho reumatológico. “É importante o correto diagnóstico, para o tratamento”, analisa Marcelo.
fonte: Dra. Erika Correa Vrandecic, CRM/MG28.946